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O porquinho-mealheiro afinal tem uma história, que ainda não se percebe bem qual. Diz-se ter vindo de uma aldeia chamada Pigger, ou do material chamado Pygg, ou até da quantidade de filhos que os porcos podem ter que dá para muitas bocas... mas a minha história sempre foi mais interessante:

 

Todos nós tivemos experiências em criança de quintas e animais, sendo que a quinta pedagógica é um marco importante, que toda a gente passa por lá na infância. Víamos todos os animais da quinta, galos e galinhas, vacas, burros e os nossos amigos baconianos, os porcos. Estes foram-nos desde sempre apresentados como sendo um animal gordo e rechonchudo, e sempre acreditei que tenha sido essa a razão pela sua figura se tornar por convenção no formato das poupanças e mealheiros, exatamente pelo facto de na sua pança caberem muitas notinhas e moedinhas.

 

Bem, mas estes porcos com dinheiro que temos nos nossos quartos eram gordinhos e bem alimentados, o que já não acontece. Estão cada vez menos recheados, já se podiam trocar por macacos ou peixes-palhaço, pois adequava-se e ainda sobrava espaço. Tal como o desejo da sociedade atual é pôr-se em forma e perder peso, parece que os nossos amigos suínos também estão a tentar acompanhar a moda.

 

O porquinho subnutrido é agora o ícone entre os mais variados mealheiros. Quer sejam de porcelana pintada à mão ou de barro artesanais. Mas o que interessa não é a sua proveniência mas sim o seu destino: Para onde caminham então estas criaturas escanzeladas?

 

Para as escolas de artes e design, diria eu. Certamente existem outras áreas de ensino que atraem estes seres vivos, mas parece que design é uma área famosa por colecionar estes porcos magricelas. É no design que gastam as suas poupanças, em grande parte, em impressões, papéis raros, material de pintura e mac’s. Já para não falar das propinas, mas isso é um mal comum.

 

É um investimento constante, com tantos valores bombardeados: 26€ num sítio, 4,26€ noutro, 2,46€ em impressões ou 0,35€ por cada café.

 

É uma regra para o sucesso: ter sempre um mac e um porquinho-mealheiro. O problema é que o porco infelizmente não se carrega ligado à corrente. É uma pena.

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